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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Efeitos nocivos do Glifosato


O glifosato (comercializado pela Monsanto com o nome de Roundup) é  um herbicida de amplo espectro (mata tudo), muito utilizado na  produção agrícola.

A soja transgênica é resistente a esse herbicida e nisso consiste a simplificação do manejo de "ervas daninhas" para o agricultor. Quando foi lançada no mercado a propaganda dizia que o glifosato era inócuo e biodegradável, portanto, inofensivo à saúde humana e ao meio ambiente.

Recentemente o Secretário do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Amauri Dimarzio, repetiu essa afirmação. De acordo com informações científicas recentes, a realidade é outra. O resíduo de glifosato persiste no solo, na água e nos alimentos. Recentemente a Dinamarca  restringiu o seu uso pois foram constatados resíduos em água subterrânea.

Na degradação do glifosato um dos seus subprodutos – um metabólito – chamado AMPA é mais nocivo que o próprio glifosato e foi encontrado em carpas 90 dias após a aplicação do herbicida.

Os produtos à base de glifosato são altamente tóxicos para pessoas e animais. Entre os sintomas mais comuns citam-se  irritação nos olhos e pele, dor de cabeça, náuseas,  entorpecimento, elevação da pressão arterial, palpitações e alergias agudas e crônicas.

Estudos laboratoriais também detectaram efeitos adversos em todas as categorias de testes toxicológicos: 

Efeitos reprodutivos 
Um estudo em Ontario, Canadá, detectou que o uso de glifosato pelos pais acarretou aumento no número de abortos e nascimentos prematuros nas famílias rurais. Estudos laboratoriais também demonstraram inúmeros efeitos do glifosato sobre a reprodução. Redução dos espermatozoides em ratos; maior frequência de espermatozoides anormais e redução do peso fetal em coelhos. Mas recentemente, na Argentina, estudos indicaram que as pessoas expostas a agrotóxicos têm a quantidade de esperma abaixo do limite da fertilidade.

Carcinogenicidade 
Maior freqüência de tumores no fígado de ratos e câncer de tireoide em ratas, tumores no pâncreas e fígado em ratos machos e do mesmo tipo de câncer da tireoide em fêmeas. Na Suécia, dois pesquisadores encontraram fortes indícios ligando exposição freqüente ao glifosato com o linfoma No-Hodking, uma espécie de leucemia.

Mutagenicidade 
Tanto o glifosato como os produtos à base de glifosato são mutagênicos – testes de laboratórios comprovaram alterações genéticas indesejáveis. Lesões em glândulas salivares, inflamações nas mucosas do estômago, danos genéticos (em células sanguíneas do corpo humano), e outros.

Um recente estudo na UNICAMP demonstrou que 61% das intoxicações com agrotóxico  no Brasil, entre 1996 e 2000,  são devido a manipulações com glifosato.

Por isso que o Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos - CTA - composto por técnicos do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Saúde através da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério de Agricultura Pecuária  e Abastecimento, a luz das recentes informações sobre o glifosato, optou em não permitir o uso desse veneno até que se conclua qual a quantidade de resíduo que pode ser tolerado no grão da soja que vai para indústria e depois para a mesa do consumidor.

A recente decisão do CTA, em reunião realizado dia 9 de outubro de 2003, indeferiu a solicitação de "autorização de uso emergencial do glifosato na cultura da soja geneticamente modificada", a pedido do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Pois segundo o relatório "não se caracteriza como emergência fitossanitária", não se especifica "o tipo de soja geneticamente modificada" e pela "inexistência de Limite Máximo de Resíduo para a modalidade de aplicação de glifosato em pós-emergência na cultura de soja geneticamente modificada".

Além da liberação indiscriminada da soja transgênica, agora, os mesmos, querem o direito de banhá-la de veneno perigoso sem nenhum tipo de controle.

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