Princípios
de Embriologia
Fecundação
·
Espermatozóide
+ óvulo à
célula-ovo ou zigoto à
embrião.
·
Célula-ovo é uma célula 2n (diplóide) proveniente da união de duas
células n.
·
Ocorre quando da penetração do gameta masculino (pró – núcleo) no
gameta feminino (pró – núcleo).
·
O homem produz grande quantidade de espermatozóides
(aproximadamente, de 300 a 900.000.000 por ejaculação). A mulher produz um
único óvulo a cada 28 dias, aproximadamente.
·
Assim que o espermatozóide atravessa a membrana pelúscida do
óvulo, forma-se uma membrana de fecundação impedindo a entrada de outro
espermatozóide.
·
Ocorre logo após a fertilização.
·
A célula-ovo sofre sucessivas e maciças divisões celulares, quando
se inicia a formação dos tecidos orgânicos.
·
Com o decorrer da idade, a atividade celular divisória diminui
(atividade metabólica) mas nunca cessa, exceto as células nervosas e
musculares, que nunca se dividem (células permanentes).
·
As células musculares lisas continuam seu processo de divisão sem
interrupções prolongadas. As células musculares estriadas cardíacas são o
“grande problema” enfrentado em transplantes de coração e as células nervosas
estão suscitando maiores pesquisas pelo fato de serem encontradas novas
informações a respeito de sua provável regeneração, tendo como base para todo
este processo as células gliais ou oligodendrócitos.
Diferenciação
celular
Como podemos ter tecidos tão diversos e com funções tão
específicas se variamos de apenas uma única célula, que é derivada de todo o
processo da embriogênese?
Morfogênese
Com o processo de diferenciação celular, as células vão
especializando-se e organizando tecidos e órgãos similares com suas funções.
Investigação
biológica
Espermatozóides
são guiados pelo calor
Não são só mísseis antiaéreos que se
guiam pelo calor para atingirem o alvo. Uma pesquisa feita por cientistas do
Instituto Weizmann, de Rehovot, em Israel, mostrou que os espermatozóides
também são capazes de detectar temperatura, e essa habilidade parece ser
fundamental para o processo de fecundação. Em seu percurso dentro do aparelho
reprodutor feminino, os espermatozóides ultrapassam o útero e se fixam na
parede da trompa de Falópio. Após a adesão, eles passam por um processo de
amadurecimento que os prepara para a etapa final de fertilização. Se a ovulação
tiver acontecido nas 24 horas anteriores, as células sexuais masculinas
deixarão a parede para iniciar uma longa e complicada viagem através da trompa.
Mas como se orientarão durante a jornada?
Essa é a questão
que Michael Eizenbach, do Departamento de Biologia Química do Weizmann,
procurou responder. Ele havia descoberto anteriormente que o óvulo lança certas
substâncias que atraem os espermatozóides. Mas o alcance desse sinal químico
mostrou ser reduzido, incapaz de alcançar toda a extensão da trompa. Eizenbach,
porém, reparou que o ponto onde eles “param para descansar” era 2ºC mais frio
que o local em que ocorre a fertilização.
Para testar a hipótese,
foi construída uma instalação que reproduz os pontos de fertilização e de
armazenamento, ligados por um tubo. Nela, foram colocadas células reprodutivas
de coelho. Os testes mostraram que os espermatozóides se deslocavam do ponto de
armazenamento (que estava à temperatura de 37ºC) para o de fertilização (que
estava a 39ºC). Mesmo reduzindo a diferença de temperatura em apenas um grau
Celsius, as células continuavam se orientando corretamente. E o mais importante
é que apenas os espermatozóides maduros parecem ter essa faculdade.
A capacidade de
se orientar pelo calor tem o nome técnico de termotáxis e já havia sido
encontrada em microorganismos como bactérias e também em vermes. Assim como o
espermatozóide, esses seres também podem se guiar por sinais químicos. Na
verdade, o próprio mecanismo de detecção química dos microorganismos parece ser
o responsável por captar a variação de calor. Os pesquisadores apostam que o
mesmo ocorra nos gametas humanos.
A descoberta de
que os espermatozóides possuem a termotáxis pode beneficiar bastante as
técnicas de reprodução assistida. “Uma vez que apenas os espermatozóides que
possuem a termotáxis podem fertilizar o óvulo, é teoricamente possível criar um
procedimento que permita identificá-los e, dessa forma, enriquecer as amostras
de esperma usadas no processo de fertilização in vitro”, diz Eizenbach.
Também será possível sofisticar as técnicas para avaliar a fertilidade
masculina.
(Pablo
Nogueira)
Estágios iniciais do desenvolvimento embrionário
Clivagens
Também denominadas de
segmentação, ocorrem após a fertilização. Neste período, o zigoto não aumenta
de tamanho (praticamente), mas o citoplasma da célula vai sendo dividido.
Existem dois
tipos de clivagens: as holoblásticas, em que o citoplasma é dividido
igualmente, e as meroblásticas, em que a divisão não é total.
O tipo de
clivagem está muito relacionado com a quantidade de vitelo. Geralmente, ovos
com baixa quantidade de vitelo possuem divisão holoblástica, enquanto que os
ovos ricos em vitelo possuem divisão meroblástica.
A localização do vitelo também
influencia no tipo de clivagem.
Os ovos do tipo centrolécito são uma
grande variável genética, depondo a favor das mudanças genéticas sofridas por todas
as espécies ao longo de todo o processo da mutação. Como é característico de
apenas um grupo em toda a biodiversidade deste planeta, este tipo de ovo se
apresenta desta forma pelo fato de poder proteger a prole de eventuais períodos
de estiagem. Compreenda que, estando o citoplasma envolvido pelo vitelo (que é
muito mais denso que a própria água), que reveste internamente a membrana
plasmática, e o núcleo, que reveste externamente a carioteca, ambos estarão
protegidos da desidratação. O citoplasma, onde ocorrem todos os processos
vitais para a embriogênese, e o núcleo, mantenedor de toda a informação
genética. Portanto, efetivamente, os insetos foram os primeiros animais a
ocupar o ambiente terrestre.
Comparação entre embriões de vertebrados.
Observação:
O caso dos mamíferos
é mais específico. Seu tipo de óvulo é oligolécito, sendo que eles perdem o
vitelo logo no início do desenvolvimento. Por isto são denominados de alécitos.
Quando o vitelo
se encontra em um pólo distinto do núcleo e ocorre a divisão, as clivagens
formarão células maiores e mais ricas em vitelo, denominadas macrômeros,
e células menores denominadas micrômeros. Com isto, o tipo de clivagem mencionado
é holoblástica desigual.
No início, ocorre a formação
de dois blastômeros (células nos primeiros estágios embrionários). Logo a
seguir, iniciam-se sucessivas divisões – apenas da célula, sem aumento do
citoplasma – que denominamos de segunda clivagem, terceira e assim por diante,
até o surgimento de um maciço celular denominado mórula.
1a,
2a e 3a clivagens do zigoto.
Desenvolvimento
embrionário
Mórula
Inicia-se com um acentuado número de
blastômeros, os quais, associados no decorrer das clivagens, ajuntam-se para
formar um maciço celular com aparência de amora (geralmente ocorre no período
em que existe um número entre 32 e 64 blastômeros, aproximadamente).
Blástula
Após a formação do maciço celular, a
mórula, seus blastômeros começam a se organizar para a periferia, delimitando
uma cavidade central. A esta cavidade denominamos blastocele (cavidade
de segmentação). À camada de células periféricas denominamos blastoderme.
A formação de uma cavidade no interior
deste maciço celular ocorre devido à absorção de líquidos extracelulares.
Conseqüentemente, a ingestão deste forçará as células embrionárias
(blastômeros) a se organizarem na periferia. Nos mamíferos, a blástula é
denominada blastocisto.
Gástrula
A gastrulação ocorre por embolia (invaginação
de um pólo da blástula).
Trata-se de um processo no qual as
células da blastoderme movimentam-se ativamente, desaparecendo a blastocele e
formando o arquêntero ou intestino primitivo (gastrocele).
Inicialmente, os animais possuem dois
folhetos embrionários ou germinativos: ectoderma e endoderma.
A gastrulação começa a ter a forma de um
“balão”. A abertura deste “balão” recebe a denominação de blastóporo.
O endoderma começa a se diferenciar
formando duas bolsas (evaginações laterais), que quando se separam do endoderma
formam o mesoderma. Estas continuarão a se expandir até se desligarem do
ectoderma e endoderma.
O folheto mesodérmico ligado ao
ectoderma recebe o nome de folheto somático. O folheto mesodérmico ligado ao
endoderma recebe o nome de folheto esplâncnico.
Neurulação
A transformação da gástrula em nêurula
ocorre com a formação do tubo neural, notocorda e mesoderme.
O espaço que poderá se formar entre a somatopleura
e a esplancnopleura denominamos de celoma (cavidade do corpo).
No dorso da gástrula, o ectoderma começa a formar um
sulco, canaleta, chamado sulco neural. Posteriormente, com o fechamento
de suas bordas, irá delimitar um canal denominado de tubo neural. Este
tubo irá originar todo o sistema nervoso central do organismo.
A notocorda e a
mesoderme são formadas a partir da mesentoderme, que se segmenta em três
porções: a do centro – notocorda; e as duas laterais – mesoderme. A mesoderme
cresce no sentido ventral entre ectoderme e endoderme, até se encontrarem para
a fusão.
Na parte superior
do endoderma haverá a formação de um cordão fibroso paralelo ao dorso do
embrião. É um primeiro esboço do sistema esqueleto-axial do indivíduo.
Denominamos de notocorda.
Nos vertebrados, a notocorda vai sendo
substituída, célula a célula, por tecido ósseo, formando assim a coluna
vertebral. Neste processo também ocorre, gradualmente, o englobamento do tubo
neural, formando portanto a medula raquiana ou espinhal envolta pela coluna
vertebral.
Embrião de 22 dias
Organogênese
Após a formação do mesoderma, temos os
três folhetos embrionários que irão se diferenciar e formar todos os órgãos e
estruturas do organismo.
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Folheto Embrionário
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Localização
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Função
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Ectoderma
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Célula da glia,
neurônios, cones e bastonetes, medula adrenal, glandular e epiderme.
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Recobre o embrião
externamente, originará a epiderme, sistema nervoso e órgãos dos sentidos.
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Mesoderma
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Células do córtex
adrenal, ósseas e cartilaginosas, endotelial, sangüínea, muscular lisa e
estriada, do túbulo renal.
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Camada entre o
ectoderma e endoderma, originará a derme, ossos, cartilagens, músculos,
sistema excretor, circulatório e reprodutor.
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Endoderma
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Célula epitelial da
faringe, traquéia, células do pâncreas, fígado, bexiga urinária, paratireóide
e tireóide.
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Camada celular que
irá revestir o arquêntero, formará o tubo digestivo, o fígado, o pâncreas e
os pulmões.
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