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domingo, 10 de junho de 2012

FONTE DA JUVENTUDE



Estudo feito com 308 idosos estabelece relação
entre a genética e a longevidade

A receita para uma vida longa e saudável não está apenas em manter boa alimentação, hábitos regrados e uma pitada de sorte. Cientistas americanos anunciaram na semana passada que o segredo para uma velhice duradoura e com qualidade pode residir no interior de nossas células, mais exatamente no cromossomo quatro.

Para chegar a essa conclusão, estudiosos de cinco centros de pesquisa, entre eles a renomada escola de medicina da Universidade de Harvard, nos EUA, compararam o código genético de 308 idosos, divididos em 137 grupos de irmãos – todos com mais de 90 anos, e pelo menos um deles com mais de 98 anos. Os cientistas descobriram que o grupo tem semelhanças numa região do cromossomo quatro, onde há de 100 a 500 genes. “Está claro para nós que a longevidade tem um componente genético”, diz o geneticista Louis Kunkel, um dos responsáveis pela pesquisa. “É o primeiro estudo que usou humanos para achar genes que interferem na duração da vida”, completa o geriatra Thomas Perls, outro participante do estudo publicado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Os cientistas acreditam que alguns desses genes fabricam uma proteína que pode evitar males ligados ao envelhecimento, como doenças cardíacas, derrames, diabete, mal de Alzheimer e até mesmo câncer. Ou seja, o gene não seria diretamente responsável por uma vida mais longa, mas adiaria o surgimento de problemas típicos de quem atinge idade avançada.

“Quando forem localizados esses genes, a ciência poderá compreender quais proteínas eles produzem e fabricar remédios que ativem esse mesmo comportamento genético”, supõe o professor de genética médica Walter Pinto Jr., da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A tarefa de identificar o segredo genético da longa vida não será fácil. “Dos mais de 500 genes desse cromossomo, menos de uma dezena deles pode ser responsável pela longevidade”, diz Kunkel. Até então, estimava-se que a longevidade humana era determinada por mais de mil genes. Na busca pelo elixir da vida eterna, no ano passado um grupo de cientistas conseguiu triplicar a vida de uma mosca-da-fruta, após alterá-la geneticamente.

No útero, a fábrica dos sexos

Não adianta reclamar: quem determina o sexo do recém-nascido é o pai. A mãe, nesses casos, não dá a última palavra. Isso porque, no óvulo, fornecido pela mãe, existem 23 cromossomos, todos iguais, com a forma parecida à de um X. Nada muda. Mas no espermatozóide fornecido pelo pai, entre os 23 cromossomos, pode haver um com a forma de um Y.


É quando começa a loteria: a união de um cromossomo Y com um X do óvulo gera um menino; o X com outro X faz nascer uma menina. A diferença, porém, só irá se manifestar entre a sétima e a décima semana de vida do embrião. Após esse período, o cromossomo Y faz com que certos tecidos, cuja tendência seria formar ovários ou glândulas sexuais femininas, se transformem em testículos, as glândulas sexuais masculinas. Ao que parece, a pequena produção de hormônio no feto também leva o cérebro do bebê a funcionar de maneira diferente, como menino ou como menina. É a receita para Adão e Eva.


A porção mulher

A porção homem

Glândulas lacrimais
A prolactina deixa a mulher mais chorona


Voz
É mais fina que a do homem e suas cordas vocais vibram menos


Audição
Exames mostram que a mulher escuta melhor que o homem


Ossos
São mais fracos e depois dos 50 anos tendem a fraturar mais


Gordura
É mais concentrada, principalmente nas coxas e nos quadris


Fome
Sente menos, a não ser quando o problema é fruto de ansiedade
Coração
Mais sujeito a desenvolver distúrbios cardíacos, colesterol mais alto


Cérebro
É maior que o da mulher, mas isso não significa que seja mais inteligente


Pêlos
É mais peludo e sua pele tende a ser mais oleosa. Também transpira mais


Sistema digestivo
Tem mais úlcera, digestão rápida e menos prisão de ventre


Músculos
Mais robusto, pesado e forte, com melhor desempenho nos esportes


Pulmões
Mais fôlego que a mulher. É melhor em exercícios aeróbios


A testosterona e o Vietnã

A testosterona, ou hormônio sexual masculino, por exemplo, parece ser tão importante para o desenvolvimento que até as mulheres possuem uma pequena quantidade - cerca de 6% do total masculino. No caso do homem, garante ossos fortes, voz grossa, fibras musculares maiores e fertilidade. Garante também a competitividade. Isso já foi provado em maratonas esportivas e até de xadrez. A testosterona aumenta quando o jogador ganha e cai quando ele perde. Um estudo nos EUA com veteranos do Vietnã mostrou que soldados com maiores níveis de testosterona participaram com mais freqüência de missões perigosas. Outro estudo com mais de 700 presidiários constatou que os mais violentos tinham níveis altos de testosterona. 

O estudo em um presídio feminino obteve resultados semelhantes. Isso também pode ser observado em hienas. As fêmeas, expostas à testosterona bombeada pela placenta no útero, são mais agressivas que os machos, o que não interfere na procriação. O estrógeno, hormônio feminino, também afeta (muito) o comportamento das mulheres. Quando ele está em falta, a memória falha e o pensamento se confunde. Até os altos e baixos do ciclo menstrual interferem na conversa e na habilidade de localização espacial. Pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, estudaram o efeito produzido pela terapia de reposição hormonal em mulheres que tiveram o ovário extirpado e, portanto, produziam pouco estrógeno. Aquelas que receberam hormônio tinham mais facilidade de raciocínio e de comunicação do que aquelas que receberam placebo.

A influência do estrógeno ainda não está bem explicada, mas o hormônio provoca o aumento no número de conexões entre as células nervosas e o hipocampo, a região do cérebro ligada à memória. O estrógeno, ao que parece, também aumenta a produção de acetilcolina, um dos neurotransmissores em baixa nos pacientes de mal de Alzheimer - doença que provoca demência em pessoas mais velhas. Um estudo realizado no Hospital Mount Sinai, em Nova York, mostrou que mulheres com Alzheimer ficavam mais alertas, comiam, dormiam e se relacionavam melhor depois de receber o hormônio. Curiosamente, estudo semelhante, realizado com testosterona, mostrou que o hormônio também ajudava os pacientes do sexo masculino.

Um comentário:

Unknown disse...
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