Gregor
Mendel (1822-1884) é identificado como o “pai da genética”. Seu grande passo
foi a criação de experimentos com a planta ervilha-de-cheiro (Pisum sativum; 2n = 14) no mosteiro onde
vivia na Áustria.
Um
pequeno detalhe que certamente contribuiu para o sucesso de suas investigações
é o fato de que, em cada experimento, ele estudava apenas uma característica da
planta de cada vez. Dessa forma a interpretação dos resultados era facilitada,
e menos sujeita a erros de manipulação.
Para
certificar-se de que estava trabalhando com indivíduos puros, isto é, que só
reproduziriam descendentes idênticos em relação à característica estudada,
Mendel cultivava as plantas por varias gerações – em média, por vinte gerações
– deixando que cada uma dessas plantas se autofecundasse normalmente. Garantida
a “pureza” dos descendentes, iniciavam-se os testes propriamente ditos.
Em
cada uma das características estudadas existiam duas variações, como por
exemplo, sementes amarelas ou verdes, caules longos ou curtos e posição das
flores axilar ou terminal além da textura das sementes em lisas ou rugosas.
Algumas características contrastantes
encontradas por Mendel:
Característica
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Dominância
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Recessividade
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Tipo de inflorescência
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Axilar
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Terminal
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Forma da casca da semente
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Lisa
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Rugosa
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Cor dos cotilédones
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Amarelos
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Verdes
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Cor da casca da semente
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Cinza
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Branco
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Forma da vagem
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Normal
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Sulcada
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Cor da vagem
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Verde
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Amarela
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Altura da planta
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Alta
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Anã
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Mendel
cruzava indivíduos puros que diferissem em relação a uma característica. Para isso, retiravam os grãos de pólen das
flores de uma planta e os depositava sobre os pistilos das flores de outra, com
isso ele controlava o processo de fecundação.
Essa
polinização cruzada resultava em fecundação, originando sementes protegidas por
um fruto seco, o legume ou a vagem. As sementes eram, então, plantadas, para
que se verificassem as características em estudo nos descendentes do
cruzamento. Estes eram autofecundados,
produzindo sementes, cujo plantio gerava outra geração, na qual o integrante
era também analisado.
1a LEI DE MENDEL
Plantas
puras que produziam sementes amarelas foram cruzadas com plantas puras de
semente verde. A primeira geração desses cruzamentos era totalmente constituída
por plantas reprodutoras de sementes amarelas.
Cruzados entre si, os componentes
dessa geração originaram 8.023 plantas, das quais 6.022 produziram sementes
amarelas, e 2.001, sementes verdes. A proporção de produtores de sementes
amarela-produtores de verdes nessa segunda geração era, portanto, de 3,01:1 .
Fato semelhante aconteceu com as demais
características. Na primeira geração, apenas uma das variações se manifestam,
enquanto na segunda geração ambas manifestam-se, mas com predominância da que
havia se manifestado na primeira.
Diante dos valores encontrados,
Mendel propôs que nos gametas masculino e feminino das flores haveria fatores. Cada um desses fatores seria responsável pela
determinação de uma característica. Como a fecundação envolve a união dos
gametas, esses fatores seriam
encontrados sempre aos pares após a formação do zigoto.
Às características que pareciam
“dominar” as suas variantes, surgindo em 100% dos indivíduos da primeira
geração e em 75% dos indivíduos da segunda geração, Mendel chamou de dominantes. As características que
apresentavam uma espécie de “recesso”, desaparecendo na primeira geração e
vindo se expressar somente na segunda geração, receberam o nome de recessivo.
Essas
propostas levaram a elaborar a primeira
lei de Mendel, cujo enunciado é o seguinte:
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Sintetizando
os resultados encontrados por Mendel:
I. Cruzamento inicial: Envolveu genitores
contrastantes em relação a cor das sementes, como sementes amarelas e verdes.
II. Geração F1: Na primeira geração (F1),
verificou-se que toda descendência era amarela. O fenótipo verde havia
desaparecido.
III. Geração F2: Quando se autofecundou o F1,
verificou-se uma descendência constituída de 6.022 plantas com sementes
amarelas e 2.001 plantas com sementes verdes. Com isso, pode inferir que das
8.023 plantas geradas, aproximadamente ¼ eram de sementes verdes e ¾ eram de
sementes amarelas.
IV. Teste da F2 com sementes verdes: autofecundando-se
as plantas com sementes verdes observou-se que a progênie sempre era verde e,
consequentemente essas plantas com sementes verdes F2 eram puras.
V. Teste da F2 com sementes amarelas: as plantas com
sementes amarelas quando autofecundadas davam descendência de plantas com
sementes amarelas (AA) ou sementes amarelas e verdes, numa proporção de 3:1
(respectivamente).
Ao cruzar “pais puros” contrastantes e autofecundando-se a geração F1, observa-se:
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